Revista Encontros Edição 112

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Um ano após tragédia, bairro de Nova Friburgo parece cidade fantasma




Repleto de casas destruídas e interditadas, o bairro de Córrego Dantas, em Nova Friburgo, mais parece uma cidade fantasma, um ano depois da enchente e dos deslizamentos que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro, causando mais de 900 mortes. De acordo com a Defesa Civil, 429 pessoas morreram em Nova Friburgo devido à tragédia de janeiro de 2011.

Praticamente todos os bairros da cidade foram atingidos pelas enchentes e desmoronamentos, inclusive o centro, onde vários prédios foram afetados. No município, 44 pessoas continuam desaparecidas.

Situado entre dois morros e às margens do curso d'água que dá nome à comunidade, Córrego Dantas foi o bairro mais afetado pelos deslizamentos de terra e pelas fortes chuvas. Dezenas de casas tiveram as paredes totalmente arrancadas. Várias delas estão sendo demolidas.

Praticamente todos os moradores já abandonaram o bairro. Alguns deles acompanham os trabalhos das retroescavadeiras usadas para reverter o assoreamento do Córrego Dantas, além dos tratores que realizam as demolições.

A casa do metalúrgico Paulo Thuler, 50 anos, fica à beira de outro córrego, que desce de um morro. A água ganhou tanta força que arrancou a escada e a parede que ficavam na parte de trás da residência.

Do outro lado do córrego, ficava a casa da sogra de Thuler, que foi totalmente levada pela enxurrada. Apenas o piso ficou no lugar.

- Com a chuva, a minha sogra e os vizinhos vieram aqui para casa, que fica em uma parte mais alta. Aí a casa deu uma balançada e eu disse, 'vamos ficar do lado de fora', porque se a casa cair, pelo menos a gente pode se segurar em uma grade e se salvar.

Apesar dos danos nos fundos, as estruturas da casa de Thuler resistiram. De manhã, segundo o metalúrgico, ele e sua família buscaram refúgio em uma indústria abandonada do outro lado do córrego, situada em uma parte ainda mais alta do bairro. Ele diz que, no caminho, foi possível ver corpos espalhados pela rua.
Fonte: R7

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