
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Maricá, órgão da Secretaria Municipal de Saúde, comemorou hoje (18/05) em sua sede, à Rua Clímaco Pereira, 241, o Dia da Luta Antimanicomial, reconhecido oficialmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Funcionários e usuários do CAPS comemoraram a data com uma programação festiva, que se estendeu das 10h às 16h, e que incluiu uma apresentação de música pelos pacientes. Um deles, José da Costa Santos, 53 anos, é o compositor de "Bola de Cristal": "Meu espelho já partiu... Agora só tenho você em sonhos!" Interno alguns anos na Clínica Santa Catarina, em São Gonçalo (RJ), José, que é marceneiro profissional, vive hoje com a mãe e a irmã em São José de Imbassaí e frequenta o CAPS uma vez por semana. Outra pessoa assistida pela instituição é Nicéia dos Santos Azeredo, 60 anos. Interna durante 30 anos no Hospital Psiquiátrico de Rio Bonito, Nicéia mora hoje com o irmão Antônio e a cunhada Cristina, ajudando nos afazeres da casa. Frequenta o CAPS duas vezes ao mês.


A coordenadora técnica Camilla Silva, adiantou que o CAPS atende de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. “A lei federal 10.216/2001 regulamenta os serviços de atendimento ao portador de distúrbios psíquicos, inclusive a sua liberação de unidade manicomial para uma convivência familiar e social”, disse. O supervisor do Programa de Desinstitucionalização de Unidades Psiquiátricas no Estado do Rio de Janeiro, Rogério Quintela, acentuou que a luta antimanicomial está promovendo a saída gradativa dos internos. “Até o meio do ano, mais 15 pacientes de Maricá deverão sair da unidade de Rio Bonito. O governo está cobrando que os municípios de origem assumam seus munícipes para convívio com suas famílias ou em casas terapêuticas com acompanhamento profissional.

Médicos, psicólogos, pedagogos e enfermeiros compõem as equipes de atendimento do Programa de Saúde Mental, em que se inclui o CAPS. A coordenadora do programa, Jaqueline Romano, informou que a luta antimanicomial surgiu na década de 80, quando profissionais de saúde reuniram-se em São Paulo com a proposta de mudança no trato da pessoa com deficiência mental. “Foi uma quebra de paradigma. Procuramos conviver com as diferenças. Pessoas antes excluídas da sociedade, com o isolamento, passam a ter a visão cidadã de seus direitos e a desenvolver a prática de suas habilidades, produzindo e gerando renda. Internação hoje, somente para estabilizar o quadro clínico, mesmo assim em hospital comum e por, no máximo, 72 horas”, disse.
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Maricá, atende de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, à Rua Clímaco Pereira, 241, Flamengo.
Texto: Fernando Uchôa
Foto: Fernando Silva
Prefeitura Municipal de Maricá
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