Revista Encontros Edição 112

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Nascido no Rio, 1º bailarino do Royal Ballet de Londres diz que dança no Brasil só tem apoio de empresas


Thiago Soares e Marianela Nuñez, bailaria argentina que é casada com o brasileiro; ela também atua no Royal Ballet


Thiago Soares foi descoberto em grupo de hip hop na zona norte carioca
Primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres, o brasileiro Thiago Soares, visitou na tarde desta quarta-feira (29) o Ballet de Santa Teresa, na região central do Rio de Janeiro, que atende crianças carentes. Nascido em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, ele diz que no Brasil é preciso apoio da iniciativa privada para se conquistar um espaço na dança. Ele começou a carreira em um grupo de hip hop na zona norte da capital quando era adolescente e conversou com os jovens do projeto sobre como conquistou o posto mais cobiçado de uma das maiores companhias de balé do mundo.
— Comecei a dançar muito tarde. Tudo começou quando entrei em um grupo de hip hop e lá fiquei três anos. Até que tive uma oportunidade que não esperava, me convidaram para participar de um projeto de ballet no bairro do Méier. Nunca tinha pensado nisso, mas como estavam precisando de homens, topei. Lá me tornei bailarino e comecei a desenvolver as técnicas.
Após treinar e desenvolver o talento, Soares teve a oportunidade de realizar um teste para o Royal Ballet, e não desperdiçou a chance.
— Me sinto muito sortudo. Claro que em todas as situações o talento também pesa. Mas, a perseverança foi um dos fatores para que conseguisse chegar onde estou. Aproveitei a oportunidade e me esforcei ao máximo. Na dança é assim, às vezes temos apenas uma oportunidade e temos que agarrá-la.
Segundo Thiago, que tem 30 anos, entrou no balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1998 e em 2002 foi para o balé inglês, onde se tornou o primeiro bailarino em 2006. Ele disse que o apoio que sempre recebeu fez diferença para conquistar seu objetivo.
— Tive muita ajuda. E acho que isso é essencial. Sempre alguém decidia ajudar e me patrocinar. Isso foi um dos diferenciais. Mas, infelizmente no Brasil só conseguimos o apoio privado, falta maior ajuda do governo. Sem a ajuda que tive, não conseguiria realizar o meu sonho.
Por ser homem, Soares conta que quando começou a dançar sofreu preconceito dos amigos e colegas de sala de aula. Mas, para ele, atualmente a situação no Brasil é outra.
—  Estudava em um colégio público. Todos sabiam que eu era bailarino, por isso ficavam sempre me "zuando", mas nunca liguei. Mas, acho que atualmente não existe mais esse problema. O Brasil mudou muito e até mesmo com a diversidade sexual, isso acabou. Meu pai que ficava preocupado, mas pela questão financeira, se eu iria conseguir me sustentar, só isso.
Para quem deseja dançar profissionalmente ele deixa uma fórmula, que em sua opinião é infalível.
Fonte: R7

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