Revista Encontros Edição 112

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mais peixes em decomposição são recolhidos em lagoa da Barra


RIO - O mau cheiro continuou incomodando neste domingo os vizinhos da Lagoa da Tijuca, na Barra, de onde já foram retirados milhares de peixes mortos desde a semana passada. Durante o fim de semana, os moradores ficaram preocupados porque, além da mortandade, as águas da lagoa pareciam mais escuras do que o normal e as manchas de esgoto na lâmina d’água estavam mais visíveis. Segundo o biólogo Mário Moscatelli, neste domingo mais peixes em decomposição apareceram e foram recolhidos. Ele estimou que, de quarta até sexta-feira, pelo menos 2,5 toneladas de animais mortos foram retiradas da lagoa. E o cheiro ruim pode ter piorado devido ao dia ensolarado que fez ontem.
Além da lagoa malcheirosa, Luci Augusta de Carvalho, presidente da Associação de Moradores da Orla da Lagoa da Tijuca, afirma que a poluição que provoca a morte de peixes também tem trazido outros transtornos a quem vive na região. Problemas que, de acordo com ela, não se restringem apenas a períodos de mortandade.
— A Lagoa da Tijuca é uma vergonha. Em vários trechos, praticamente não há mais lâmina d’água, de tão assoreada que ela está. Há verdadeiras ilhas de lama. E, quando os barcos passam, é comum o lixo ficar agarrado no motor. Além do cheiro muito forte, com a poluição, aparecem muitos mosquitos. São necessárias medidas urgentes aqui, como a dragagem da lagoa — afirmou Luci.
Nesta segunda-feira, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vai enviar técnicos à região para avaliar as causas da mortandade. De acordo com Moscatelli, no entanto, o motivo seria a combinação de vento forte e a ressaca na semana passada, que revolveu o fundo das lagoas, liberando gases nocivos provenientes do esgoto. Um problema que, afirma ele, se repetirá enquanto não for equacionada a poluição no sistema lagunar da Barra e de Jacarepaguá, que recebe, em suas estimativas, cinco mil litros de esgoto in natura por segundo.
— Nos últimos anos, houve investimentos em saneamento na região, mas que não têm surtido o efeito desejado. A prometida dragagem das lagoas não começou. Apenas uma estação de tratamento de rio foi instalada até agora e, mesmo em áreas com sistema de esgoto, ainda há ligações clandestinas nas redes pluviais — diz Moscatelli.

Fonte: Oglobo.com

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