Revista Encontros Edição 112

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Greve no Rio: ao menos 14 PMs já foram presos por se recusarem a trabalhar

A Polícia Militar informou que ao menos 14 PMs que se recusaram a trabalhar nesta sexta-feira (10) foram presos pelos comandantes das unidades onde servem. Segundo o porta-voz da PM, Coronel Federico Caldas, o número pode ser ainda maior.

Mais cedo, representantes do movimento grevista informaram que 200 policiais haviam sido presos pelo mesmo motivo em Barra do Piraí, no interior do Estado. No entanto, até 14h a PM não havia confirmado a informação. Os presos aderiram à greve de bombeiros, policiais civis e militares e inspetores penitenciários decretada na quinta-feira (9).

Adesão maior no interior

Apesar da paralisação, o clima é de aparente tranquilidade na cidade do Rio de Janeiro. A situação é mais problemática em cidades do interior, como Volta Redonda e Campos, onde um número maior de policiais aderiu ao movimento. Devido a isso, policiais do BPChoq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais) foram enviados para estas cidades.

Instrutores do Cfap (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças) denunciam que alunos ainda em formação também estão sendo enviados para reforçar o patrulhamento no interior.

O Corpo de Bombeiros informou que os atendimentos considerados de emergência não serão afetados pela paralisação. A Polícia Civil informou que o atendimento nas delegacias não foi afetado. Ao percorrer algumas delegacias, a reportagem do R7 flagrou policiais da Delegacia de Penha (22ª DP) orientando um homem vítima de roubo voltar outro dia para registrar queixa. Apesar casos graves ou de prisão em flagrante estavam sendo registrados nesta manhã.

O relações-públicas da PM, coronel Frederico Caldas, disse que a população do Rio de Janeiro pode ficar tranquila e que considera desnecessária a intervenção das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança. O oficial informou ainda que aqueles que se recusarem a trabalhar serão presos administrativamente. Pelo menos 14 haviam sido presos até às 13h30, entre eles alguns líderes do movimento grevista.

Os líderes do movimento grevista disseram que não querem acabar com o Carnaval do Rio e ressaltaram que ainda faltam oito dias para a festa, tempo suficiente para que as renegociações aconteçam.

Justiça Militar expede 11 mandados de prisão, diz PM

O relações públicas da Polícia Militar, coronel Frederico Caldas, ainda disse que a Justiça Militar expediu 11 mandados de prisão para todas as lideranças do movimento grevista do Rio. Segundo ele, os policiais que cruzarem os braços serão responsabilizados e submetidos a conselhos disciplinares.

Ainda de acordo com o coronel Caldas, o número de faltas nas unidades nesta sexta é desprezível.

Pela manhã, o major Hélio Oliveira, da associação dos oficiais inativos, e o cabo João Carlos Gurgel, ambos líderes do movimento grevista, foram presos após se apresentarem no Quartel General no inicio da tarde desta sexta-feira (10).

Os advogados do cabo Gurgel já foram acionados, mas nenhuma medida havia sido tomada até às 12h45. Não havia informações sobre a defesa do major Hélio.

Os dois participaram de uma entrevista coletiva no inicio desta tarde, na Coligação dos Polícias Civis, no centro da capital fluminense, onde reconheceram avanços nas negociações com o Estado, mas disseram que a proposta ainda não é suficiente.

O grupo disse que não quer acabar com o Carnaval do Rio e ressaltou que ainda faltam oito dias para a festa, tempo suficiente para que as renegociações.


Início da greve

Bombeiros, policiais militares e policiais civis do Rio decretaram greve por volta das 23h20 da última quinta-feira. No horário, mais de 2.000 manifestantes se concentravam na Cinelândia, centro da capital fluminense. O anúncio de paralisação aconteceu no dia em que a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou reajuste de 38,81% até 2013 para as categorias - percentual considerado insatisfatório. Sem votação, um líder do movimento fez o comunicado no microfone, durante a manifestação na Cinelândia.

- A partir deste momento, policiais civis, policiais militares e bombeiros estão oficialmente em greve.

Bombeiros, PMs e policiais civis disseram que continuarão atuando em casos emergenciais. Cerca de 30% do efetivo da Polícia Civil permanecerá em atividade. As investigações devem ser congeladas, mas ocorrências consideradas graves serão atendidas.




Fonte: R7

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