Revista Encontros Edição 112

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Porto cresce para expandir negócios e gerar empregos


Área se prepara para se tornar uma das bases logísticas mais modernas da América Latina por conta do Comperj. Prédio do Moinho vai ganhar 440 conjuntos de salas

Com vistas nas demandas geradas pela exploração de petróleo na camada de pré-sal, além das do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), as obras de revitalização do Porto de Niterói seguem a pleno vapor, tendo os prédios existentes na área já sido recuperados e equipados com alta tecnologia. Dentro do projeto de revitalização da área, está incluída a transformação da estrutura industrial do Moinho, em complexo empresarial. O prédio está passando por um processo de customização para virar um imóvel comercial, com até 440 conjuntos de salas. Dos dez andares, sete se encontrariam prontos para atender ao projeto de instalar, no ambiente, um condomínio empresarial destinado às companhias do segmento offshore e de toda a cadeia de suplementos, além de serviços correlatos.
“Trata-se de uma ação muito importante para a cidade, porque o porto esteve desativado por um longo tempo. Com a reforma, teremos o crescimento da mão de obra e da arrecadação de impostos, movimentando a economia como um todo. Há uma importância urbanística também, pois a área central do município estava deteriorada. Essas ações integram a revitalização desse perímetro, que ganhará cara nova e, como décadas atrás, voltará a ter bons espaços residenciais. É uma mudança considerável”, avalia o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Indústria Naval, José Luiz Valente Pascoal.
A Nitshore e Nitport, arrendatárias da área desde 2005, buscam instalar na região uma das bases logísticas mais modernas da América Latina. Para isso, a localidade será recuperada com intervenções de infraestrutura, bem como ampliação de estruturas, para reafirmar o empreendimento como uma referência para a indústria naval. Visando atender as expectativas, as ampliações também alcançaram o terreno da Escola Superior de Polícia Militar (ESPM) e o Grupamento Aéreo Marítimo (GAM). A Companhia Docas do Rio (CDRJ), responsável pelo espaço, formalizou a devolução do perímetro - com cerca de 25 mil metros quadrados -, com o objetivo de viabilizar a construção de um dique seco no local.
“Sabemos da possibilidade de se ter dois diques no local, mas não há confirmações. Fato é que com as modificações, temos a expectativa de serem criados 800 empregos diretos. Isso pode e deve ser revertido em benefícios à população”, afirmou Edson Carlos Rocha da Silva, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico dos municípios de Niterói e Itaboraí (Simmerj).
As considerações encontram eco no Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Portuários dos Portos do Estado do Rio (STSPPERJ).
“A ampliação do terminal é ótima. Poderá expandir em 30% a metragem quadrada existente no Porto de Niterói que, principalmente, mas não unicamente, absorverá o boom offshore causado pelo pré-sal. Diante disso, é importante as empresas buscarem qualificar seus funcionários”, enfatizou Sérgio Mendonça, diretor da unidade sindical.
“Um faturamento líquido maior também gera demanda pelo cumprimento regular dos direitos trabalhistas dos profissionais com vínculo empregatício. É fundamental lembrarmos essa relação”, completou Mendonça.

Características
Em um texto produzido para discussão pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Porto de Niterói é classificado como de médio porte, com o estado classificado como pertencente à sua área de influência na qualidade de conexão por uma rede de transportes primária. O terminal movimentaria US$ 613,24 milhões por meio do comércio estadual destinado ao exterior.
Pela análise, o porto tornou-se mais relevante para o comércio internacional brasileiro e está localizado na 16ª posição do ranking nacional. A movimentação de produtos em sua área engloba 12 setores de atividades, estando concentrada em três setores: indústria mecânica, com US$ 343,17 milhões; metalurgia, com US$ 147,23 milhões; e material de transporte, com US$ 121,10 milhões.
Na movimentação de cargas, cabe destacar como principal produto exportado as máquinas e aparelhos mecânicos com função própria, com US$ 320,15 milhões, dos quais mais de 98% originários do Rio. Além desses, dois outros produtos, embarcações em que a navegação é acessória da função principal (US$ 93,50 milhões); e correntes, cadeias, e suas partes, de ferro fundido, ferro ou aço (US$ 32,27 milhões) alcançariam valores superiores a US$ 30,0 milhões.
Quanto às importações, dois produtos sobressaem: tubos flexíveis de metais comuns, mesmo com acessórios, com US$ 74,9 milhões destinados ao Rio, bem como US$ 10,6 milhões tendo como destino o Espírito Santo; e acessórios metálicos para tubos, com US$ 14,56 milhões ao Rio de Janeiro. 
Posicionado na Baía de Guanabara, o Porto de Niterói é considerado estratégico para o escoamento da produção da capital fluminense, com localização capaz de atender as bacias de Campos (RJ) e Santos (SP), em relação ao setor offshore.
O acesso aquaviário é suplantado, também, pelo fato do terminal estar instalado na Avenida Feliciano Sodré, via com conexões com a BR-101 e ligações diretas com a Ponte Rio-Niterói, bem como com a Rodovia Amaral Peixoto, passagem para o interior do estado.
Fonte: O Fluminense

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